Qualquer tipo de abandono causa dores tão profundas que geralmente a medicina não consegue curar; as dores das feridas do coração somente encontram alívio nos braços amorosos de Jesus Cristo! |
Texto Áureo
de Carpo, e os livros, principalmente os pergaminhos. 14Alexandre, o latoeiro[7], causou-me muitos males; o Senhor lhe pague segundo as suas obras. 15Tu, guarda-te também dele, porque resistiu muito às nossas palavras. 16Ninguém me assistiu na minha primeira defesa, antes todos me desampararam. Que isto lhes não seja imputado. 17Mas o Senhor assistiu-me e fortaleceu-me, para que por mim fosse cumprida a pregação, e todos os gentios a ouvissem; e fiquei livre da boca do leão. 18E o Senhor me livrará de toda a má obra, e guardar-me-á para o seu reino celestial; a quem seja glória para todo o sempre. Amém.
Introdução
- É possível um servo de Deus sentir-se abandonado? Como você lidaria com essa situação?
- O abandono é uma maldade tão grande que só acontece nos momentos de aflição, que é quando a pessoa mais precisa de apoio: no desemprego, na crise financeira, na doença, na velhice, no vício, na fraqueza espiritual, etc.
- Os problemas já existentes, somados ao abandono, resultam em mais problemas adicionados a depressão.
- A melhor saída para quem se sente só e abandonado é aproximar-se do único Amigo que jamais desampara e nem abandona [Sl 102:17 – Ele atenderá à oração do desamparado, e não desprezará a sua oração.].
I – O abandono familiar
- As doenças, principalmente quando causam grandes limitações físicas, deixam a pessoa muito mais sensível e dependente de quem está próximo; alguém nessa situação necessita de tanta atenção e carinho quanto um recém-nascido.
- Mas muitas famílias que até se dizem cristãs – só que sem nenhum temor de Deus -, diante de um membro com uma doença incurável, afastam-se dele ou largam-no nas mãos de outras pessoas sob a desculpa de que não têm tempo para cuidar.
- É muito fácil pregar o amor e dizer: “Eu te amo!”; mas é no momento de colocá-lo em prática que cada um revela a sua verdadeira personalidade.
- As doenças por si próprias já provocam um grande sofrimento; se além de ter que lidar com a dor física, o enfermo sofrer também com a crueldade do abandono, inevitavelmente o seu quadro clínico tende a piorar e o seu tempo restante de vida certamente diminuirá.
- As dificuldades da vida nos levam a ter uma sensação de abandono; porém, mesmo em nossos piores momentos, jamais estamos só [2ª Co 4:8,9 – Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados. 9Perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos;].
2. No vício
- Muitas famílias abandonam completamente seus membros viciados em drogas e álcool; porém, em boa parte dos casos, pode-se considerar que esse abandono já começou há muitos anos atrás, na infância ou na adolescência, quando a pessoa começou a demonstrar interesse ou curiosidade em praticar coisas erradas, mas não teve a devida atenção e ajuda para ter um futuro diferente;
- Muitas pessoas – principalmente os pais – quando percebem algo de errado com os filhos, em vez de demonstrarem carinho e apoio para reverter a situação, agem energicamente com duras repreensões e pesados castigos que, além de não ajudarem na recuperação, acabam, por muitas vezes, levando os jovens a saírem de casa.
- O abandono geralmente é a introdução da história de muitos criminosos que hoje se encontram em atividades ilícitas ou com graves doenças ou ferimentos em hospitais, casas de recuperação, presídios ou até mesmo mortos por assassinato ou suicídio ou desaparecidos; histórias que se iniciam dessa maneira, raramente têm um final feliz.
- Realmente, não é nada fácil cuidar de um viciado – principalmente no caso de alguns que se tornam violentos -, mas uma coisa que jamais devemos nos esquecer é que aqueles que nasceram e vivem sob o nosso teto são dependentes de nós e estão sob a nossa responsabilidade;
- Atualmente, a sociedade sofre injustamente por situações que poderiam ser evitadas se as famílias não tivessem abandonado seus membros problemáticos sob a desculpa de terem perdido o controle sobre eles.
- Em muitos casos, o afastamento da família que leva o indivíduo a uma vida inadequada é uma opção dele próprio, pois esse foi o caso do filho pródigo: seu pai ficou sofrendo com sua ausência, assim como também nos dias atuais muitas famílias sofrem com filhos viciados que vivem na marginalidade [Lc 15:11-13,20 – E disse: Um certo homem tinha dois filhos; 12E o mais moço deles disse ao pai: Pai, dá-me a parte dos bens que me pertence. E ele repartiu por eles a fazenda. 13E, poucos dias depois, o filho mais novo, ajuntando tudo, partiu para uma terra longínqua, e ali desperdiçou os seus bens, vivendo dissolutamente. 20E, levantando-se, foi para seu pai; e, quando ainda estava longe, viu-o seu pai, e se moveu de íntima compaixão e, correndo, lançou-se-lhe ao pescoço e o beijou.].
3. Na melhor idade
- A terceira idade – período que se inicia aos sessenta anos – deveria ser fase mais feliz da vida de todos os seres humanos, pois a partir daí é que teriam mais tempo para usufruir dos seus bens e serem respeitados por sua experiência; mas, infelizmente, na grande maioria dos casos, é totalmente ao contrário porque, na sociedade atual, os idosos são os que enfrentam mais dificuldades como, por exemplo:
- Na Bíblia, vemos que os anciãos eram respeitados por sua experiência e tinham alto valor na sociedade – principalmente na igreja -; mas, atualmente, de um modo quase generalizado, eles são tratados como um problema e até em muitas igrejas são deixados de lado e tratados com inferioridade.
- Muitas pessoas que talvez achem que manterão sua juventude eternamente julgam e fazem brincadeiras de mal gosto em vez de os respeitarem; quem faz ou dá risada de tais “piadas” não tem capacidade mental para compreender o quanto elas machucam e entristecem aqueles que não estão querendo nada mais do que serem tratados com respeito, amor e dignidade.
- Respeitar os mais velhos é uma ordem dada por Deus desde o princípio [Lv 19:32 – Diante das cãs[8] te levantarás, e honrarás a face do ancião; e temerás o teu Deus. Eu sou o Senhor.].
II – O abandono em situações difíceis
- Nos momentos de bonança e fartura estamos sempre rodeados de muitos “amigos”, mas é quando as portas se fecham e o dinheiro se acaba é que descobrimos quem são os verdadeiros: os que permanecem do lado e ajudam;
- Muitos se afastam porque só queriam se aproveitar de seus bens e outros porque temem serem solicitados a te ajudar.
- O desemprego – ou os empregos mal remunerados – é uma das maiores causas de abandono, inclusive por parte da esposa ou dos próprios filhos.
- O desemprego e as crises financeiras são uma grande prova de fogo que revelam quais são as nossas verdadeiras amizades [Pr 19:4 – As riquezas granjeiam muitos amigos, mas ao pobre, o seu próprio amigo o deixa.].
2. Da amizade
- A Bíblia relata perfeitos exemplos de amizade como, por exemplo: Davi e Jônatas, Rute e Noemi, Elias e Eliseu e Jesus e Lázaro; será que ainda existe amizade desse nível entre os cristãos dos dias atuais?
- Por outro lado, há também exemplos de abandono como foi o caso do apóstolo Paulo que, já no final de sua vida, se viu desamparado por pessoas que ele havia ajudado.
- Geralmente, nos preocupamos muito se os nossos amigos são fiéis; mas, quantas vezes já paramos para pensar se nós também estamos sendo fiéis em nossas amizades?
- Mesmo que muitas pessoas não admitam isso, a grande verdade é que falsos amigos ou amizades impróprias, além de nos abandonarem nos momentos de maior necessidade, causam más influências [1ª Co 15:33 – Não vos enganeis: as más conversações corrompem os bons costumes.].
3. Da igreja
- Quem nunca se sentiu sozinho em meio a centenas de pessoas em momentos de “adoração”, aonde se estava sendo pregado o amor e a união entre os filhos de Deus e o seu próximo?
- A igreja é uma instituição em que deveria haver plena paz e total comunhão entre seus membros: pelo menos esse é um dos objetivos para o qual ela foi criada; mas, infelizmente, grande parte delas se tornou um clube de pessoas egoístas e invejosas que abandonam seus irmãos em nome de seus interesses pessoais.
- Lamentavelmente, em muitas denominações – inclusive na nossa – o abandono vai além da demonstração de afeto nas reuniões, mas se entende muito além, atingindo:
- As lideranças ministeriais têm o dever de identificar quais são as suas obrigações que estão sendo abandonadas e corrigi-las assim como fizeram nossos irmãos na Igreja primitiva [At 6:1-3 – Ora, naqueles dias, crescendo o número dos discípulos, houve uma murmuração dos gregos contra os hebreus, porque as suas viúvas eram desprezadas no ministério cotidiano. 2E os doze, convocando a multidão dos discípulos, disseram: Não é razoável que nós deixemos a palavra de Deus e sirvamos às mesas. 3Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete homens de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, aos quais constituamos sobre este importante negócio.].
III – O Deus que não abandona
- Muitos crentes já se entregaram à angústia de uma tal forma que acham que não há mais ninguém ao seu lado, assim como Elias que num momento de perseguição sentiu-se tão só que chegou a pensar que não tivesse sobrado mais nenhum profeta;
- Nesses momentos é que o Pai celestial se manifesta através de seu Consolador, o Espírito Santo, animando e fortalecendo seus filhos a prosseguirem nessa difícil caminhada.
- Mesmo que não tenhamos forças para buscar fervorosamente ao Senhor, quando depositamos nEle a nossa confiança, Ele honra nossa fé vindo em nosso socorro.
- Por mais que o crente tenha estrutura e esteja espiritualmente preparado para qualquer situação, ele necessita de apoio para não se sentir abandonado em seus momentos de aflição [Fp 4:13,14 – Sei estar abatido, e sei também ter abundância; em toda a maneira, e em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura, como a ter fome; tanto a ter abundância, como a padecer necessidade. 13Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece. 14Todavia fizestes bem em tomar parte na minha aflição.].
Quem é o teu melhor amigo? Muitos cristãos sofrem porque mudaram a verdade de Deus em mentira e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador |
2. O amigo
- Assim como Abraão alcançou a graça de ser chamado de amigo de Deus e s discípulos foram chamados de amigos por Jesus, devemos também buscar mais intimidade com o Criador cumprindo a sua santa vontade.
- O ser humano sempre procura se refugiar em vários amigos, mas, geralmente, só encontra falsidade, limitações, desilusão e mais problemas; há somente um Amigo que nunca falha, abandona, esquece e nem decepciona: aquEle que deu sua vida por nós: o nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo!
- Ele está sempre disposto a nos aceitar, bastando para isso que aceitemos que Ele faça morada em nosso coração transformando todo o nosso modo de viver.
- Quando todos nos deixam de lado, assim como aconteceu com o apóstolo Paulo, não há razão para desespero e nem para desistir de tudo, pois aquEle que nos chamou é fiel à sua Palavra e nos faz vitoriosos [2ª Tm 4:16-18 – Ninguém me assistiu na minha primeira defesa, antes todos me desampararam. Que isto lhes não seja imputado. 17Mas o Senhor assistiu-me e fortaleceu-me, para que por mim fosse cumprida a pregação, e todos os gentios a ouvissem; e fiquei livre da boca do leão. 18E o Senhor me livrará de toda a má obra, e guardar-me-á para o seu reino celestial; a quem seja glória para todo o sempre. Amém.].
3. A sua Igreja
- Por mais que sofra perseguições, a Igreja de Cristo na terra não está desamparada, pois sua promessa está se cumprindo: até que Ele volte, o seu Consolador permanecerá conosco.
- O inimigo tenta nos fazer sentirmos que somos abandonados, mas quando realmente nos deixamos ser guiados pelo Espírito Santo de Deus conseguimos entender que mesmo no silêncio Ele continua trabalhando e nos sustentando dia-após-dia.
- O povo de Deus tem uma grande promessa de vencer o maligno e herdar o Reino dos Céus; para sermos também herdeiros da promessa devemos caminhar juntamente com os escolhidos sendo fiéis até a morte, não abandonando a Cristo nos momentos mais difíceis de segui-lo.
- A promessa do Senhor sobre a sua Igreja é que o inimigo não prevalecerá contra ela, pois ela está edificada sobre a rocha que é Cristo. A tua vida espiritual também está estruturada nessa edificação [Mt 16:18 – Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela;]?
Conclusão
- Não importa se poucos, ou se ninguém, permanecer ao seu lado, pois o Único com quem realmente vale a pena preservar a amizade, jamais te abandonará!
- Porém, há uma coisa que Ele não tolera: falsas amizades! Por isso, devemos busca-lo não somente na necessidade, mas também nos momentos de alegria.
- Buscar a Deus não consiste apenas em ter uma vida de oração e trabalho em sua Obra, mas depende também de se praticar o amor que se prega não abandonando aqueles a quem podemos estender as mãos.
- Contra o abandono e qualquer outro tipo de mal, o amor é o melhor remédio [1ª Co 13:8a – O amor nunca falha;]!
[1]Demas: Mencionado em algumas epístolas de Paulo como um dos cooperadores do apóstolo na época em que ele se encontrava na sua primeira prisão em Roma por volta do ano 60 do século I. Pouco se sabe sobre a origem desse personagem secundário que não aparece no livro de Atos, mas apenas nas três epístolas acima citadas, as quais foram escritas na cidade de Roma. Na sua carta a Timóteo, Paulo fala que Demas teria amado ao presente século, o que pode significar que seu discípulo tenha se acovardado diante das duras perseguições promovidas pelo imperador Nero contra os cristãos ou então afastado-se dos mandamentos da vida cristã. Seu nome é citado em Colossenses 4:14, Filemon 1:24 e 2ª Timóteo 4:10.